Três das coisas que mais me arrependo na vida:
- Desistir das lições de natação quando tinha uns 12 anos. Ainda lá andei um par de meses e não me lembro porque é que desisti já que até gostava daquilo. Penso que tenha sido por ser um bocado longe de casa e na maior parte das vezes tinha que ir a pé sozinho para lá. Ou então foi porque após umas semanas numa turma, me mudaram para uma mais avançada onde éramos uns 5 ou 6 e duas dessas pessoas eram da minha turma na escola. Eu era gordo (ainda sou) e acho que me lembro, embora sem certeza (sou bom a esquecer o que me faz sofrer) de a Cátia gozar comigo por isso e por ser o mais lento a nadar. Isto aliado ao facto de a outra pessoa da turma ser a Daniela deve ter pesado na minha jovem cabecinha.. Pensando melhor, talvez tenha sido mesmo isto que me fez desistir da natação. Se soubesse o que sei hoje teria sido diferente, mas pronto, agora não há nada que possa fazer a não ser lamentar essa decisão.
- Ter feito tão pouco desporto, coisa que gosto e sempre gostei de fazer. Seja correr, nadar, bicicleta, futebol, ténis, voley, basket, tudo o que implicasse competição tirando ginásticas e coisas do género. Devia ter tido mais força de vontade para entrar num clube e ter feito alguma destas coisas...
- Ter sido tão infinitamente infantil durante o ensino básico e nunca ter tido coragem de dizer o que sentia àquela pessoa especial. Bolas, nunca tive coragem e continuo sem ela, coragem é algo que, infelizmente para mim, não faz parte da minha pessoa. É sempre "Na próxima oportunidade digo-o" ou "P'rá próxima faço diferente" e nunca é diferente, é sempre a mesma merda, quando realmente tenho oportunidade de me redimir, de fazer diferente, de fazer a diferença na minha vida, acobardo-me e deixo para "a próxima"...
Quero fazer diferente, quer ser melhor, quero mudar mas não consigo, a força de vontade só lá está durante uma fracção de segundo e depois abandona-me como sempre, o comodismo triunfa sempre perante a adversidade, perante a expectativa de fazer algo que me seja estranho. E acontece-me o mesmo nos sentimentos, o meu ser constantemente bloqueia os sentimentos mais "pesados" sejam eles positivos ou negativos, em vez de pensar nisso, opto simplesmente por ignorá-las e pensar em algo que me seja familiar.
O mundo gira e tudo muda menos o passado, o passado permanecerá intocável. Não importa o que faças, nunca te verás livre dele. Ele é como um espírito que te acompanhará durante toda a tua vida, quer tu querias quer não..